Experiências de uma menina da cidade grande

Tem um mês que estou dando aulas em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia e que fica a apenas uma hora e meia de Salvador, mas estar lá me fez viver coisas que não achei que viveria.

Começa que lá eu não tenho meu carro, né? E a faculdade fica na BR, bem longe de tudo. Só para se ter ideia, um táxi até a rodoviária daria uns 40,00. Eu iria trabalhar só para pagar táxi. Ah, vale lembrar que eu vou em um ônibus da faculdade, mas volto pela rodoviária, pois minha aula acaba meio-dia e o ônibus da faculdade só volta para Salvador 18h.

Pois bem, lá fui eu encarar o trasporte público em Feira City. Recomendaram um ônibus que me deixaria numa avenida perto da rodoviária, e eu, prontamente, fui ao ponto esperar por ele. Uma hora de espera depois, descobri que só há dois ônibus fazendo aquela linha: um vai e outro volta. Peguei ônibus cheio, em pé, mega lembrando minha adolescência. Pô, se pegar ônibus é ruim, fazer isso depois de alguns anos andando só de carro é pior ainda.

No dia seguinte, mais uma hora de espera, acompanhada de algumas alunas e eis que passa um motoqueiro. Minha aluna grita o nome dele e me diz "Professora, ele é meu primo, é de confiança. Ele te leva". Fiquei morta de constrangimento e, mesmo de borrando de medo, fui de moto-táxi. Apesar de ele ter ido com muita cautela, fui pensando no meu fim trágico o tempo todo. Experiência terrível e que não repito.

Enfim, me disseram que havia umas vans que passavam em frente à faculdade e que me deixariam no mesmo lugar do ônibus. Ótimo, pensei. Vou sentada, pouca espera. Mas que experiência foi aquela??? (ou tem sido, pq ainda é a melhor opção). As pessoas levam galinhas vivas dentro da van. Ai, gente, até lembrei de minha amiga Nixa e fiquei com pena das galinhas. Que situação.

Sabe o pior? Tudo é extremamente natural para eles, afinal eles convivem com isso o tempo todo.

Diz aí se pegar van com galinha não é uma experiência vintage?